Presidente do BB defende mais crédito para infraestrutura
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O presidente do Banco do Brasil (BB), Paulo Caffarelli, defendeu o aumento do crédito destinado às exportações e aos projetos de infraestrutura. “A infraestrutura vai ajudar na retomada do crescimento e da produção interna. E a [queda] na taxa de juros acaba sendo consequência disso”, disse o executivo em evento comemorativo pelos 65 anos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro.
Ele notou que o financiamento de projetos de infraestrutura no país tem de passar necessariamente pelo mercado de capitais. “Não se vislumbra mais um desenho para infraestrutura sem a participação do mercado de capitais”, sustentou o executivo. “Precisamos ter projetos com premissas adequadas, que não parem no meio do caminho. Projetos com começo, meio e fim”, acrescentou.
Para Caffarelli, o aumento da inadimplência provocado pela recessão no país assustou as instituições financeiras. Com a melhoria das condições econômicas, o presidente do BB acredita que “é preciso separar o joio do trigo”, retomando a capacidade do setor bancário de conceder crédito.
O dirigente do BB mencionou uma estimativa. Se os recursos destinados ao setor de infraestrutura, que atualmente equivalem a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), alcançassem o patamar de 3%, isto poderia significar um acréscimo de até 2 pontos percentuais na taxa de crescimento da economia.
Na avaliação de Caffarelli, a crise econômica da qual o país está saindo é “completamente diferente” de outras enfrentadas anteriormente, por ser muito mais longa e profunda. “A retomada não se dá da mesma forma e velocidade que aconteceu anteriormente”, admitiu. “Na retomada para o crescimento, crédito tem de existir.” Além de ampliar a oferta de crédito, o governo deve ainda estimular as exportações, acrescentou.
O presidente do BB disse ainda que os investimentos em infraestrutura vão ajudar na retomada do crescimento e da produção interna e frisou que a taxa de juros acaba sendo consequência disso. Segundo ele, a inflação abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) mostra que o país está preparado para retomar o crescimento, mas Caffarelli frisa que “é preciso ter atitude” para que essa retomada aconteça.
Fonte: Valor Econômico