Perda do grau de investimento deve afetar concessões

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Perda do grau de investimento deve afetar concessões

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Estrangeiros podem evitar investir em infraestrutura. Para empresas nacionais, crédito vai encarecer.

São Paulo – A perda do grau de investimento do Brasil pela Standard & Poor’s pode ser outra pedra no sapato do governo nas concessões de serviços públicos. A participação de empresas estrangeiras e de fundos de investimentos nos leilões de rodovias, portos, aeroportos, ferrovias e obras de geração e transmissão de energia pode ser comprometida. Além disso, para as empresas brasileiras, a dificuldade virá na hora de obter financiamento. O dinheiro ficará mais caro. E a situação, mesmo antes do anúncio da S&P, já era difícil. No segmento de portos, por exemplo, não saiu até agora qualquer das concessões prometidas pelo governo para este ano. Estão incluídos aí os lotes do porto de Suape, Belém e Santos. No último leilão de linhas de transmissão, em agosto, só quatro dos 11 lotes ofertados receberam proposta.

— Apesar do câmbio favorável ao investimento estrangeiro, os investidores de outros países vão pedir um prêmio maior, porque o risco dos projetos aqui será considerado maior. Vão ter menos interessados, e o governo pode conceder à iniciativa privada serviços por um preço que, às vezes, não será o mais interessante — disse Alexei Vivan, presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE).
PARTICIPAÇÃO DO BNDES
O setor de energia é um dos que têm investimentos mais vultosos e, por isso, tem atraído a atenção de chineses e espanhóis. A capacidade de aportes interna está reduzida, já que o BNDES tem diminuído sua participação nos financiamentos dos projetos. Atualmente, o banco pode financiar até 50% do valor do investimento, participação que já foi de 80%.

— O BNDES terá de dar uma mãozinha para que os leilões não sejam um fracasso. Além disso, a taxa de retorno terá de ser mais atrativa — acrescentou Vivan.

O coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, também acredita que o governo deverá rever a taxa de retorno para atrair interessados. Hoje, em projetos de infraestrutura a taxa é de cerca de 12%. A Selic está em 14,25% ao ano.

— É mais interessante para o investidor aplicar os seus recursos em títulos públicos — disse.

Para ele, os mais prejudicados devem ser os leilões de rodovias — setor que, diz, tradicionalmente tem a participação de empresas estrangeiras no processo — marcados para 2016.

— Os lotes da BR-381 e BR-262, que liga Belo Horizonte à divisa com o Espírito Santo, e a BR-476 entre Chapecó (SC) e Lapa (PR), eram os mais atraentes antes do rebaixamento. Agora, não acredito em uma participação mais efetiva das empresas, tanto nacionais como estrangeiras.

Nos portos, a baixa participação de estrangeiros também é prevista. O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Willen Mantteli, afirmou que o rebaixamento da nota do Brasil, pode comprometer “e muito” o Programa de Investimentos em Logística (PIL).

— BNDES terá de participar mais para que os projetos se tornem mais atraentes.

 

Por Jornal O Globo

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