Governo cede, mas não garante o fim da greve dos caminhoneiros
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Ministro Miguel Rossetto apresenta lista de medidas a manifestantes para acabar com os bloqueios, que foi aceita. Excluído da primeira reunião, líder Ivar Schmidt rechaça acordo
Após um dia de tensão e de reuniões com representantes dos caminhoneiros, empresas transportadoras e líderes dos setores afetados pelos bloqueios das rodovias, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, anunciou a conclusão de um acordo, com propostas sendo aceitas pela maioria dos líderes das manifestações. A desmobilização nas estradas começou ainda ontem. Mas Ivar Luiz Schmidt, do Comando Nacional dos Transportes, retirado da primeira mesa de negociações por ter sido considerado “liderança excedente”, avisou, depois de reunião em separado com Rossetto, que o movimento está dividido e os protestos continuam.
A lista de concessões do governo inclui a carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões, a sanção sem vetos da Lei dos Caminhoneiros aprovada pelo Congresso, incluindo a isenção de pagamento de pedágio por eixo suspenso (em caso de caminhão vazio), a manutenção do atual valor do diesel por seis meses e negociações para que empresários e caminhoneiros fixem tabela referencial para o preço dos fretes.
Segundo o ministro, as medidas “cobrem grande parte das expectativas” dos manifestantes, mas afirmou que as propostas só seriam mantidas à medida que as estradas fossem liberadas. “Interessa aos caminhoneiros, à sociedade e ao país que haja suspensão do movimento”, ressaltou. O ministro assinalou, ainda, que a manutenção do valor dos combustíveis não é congelamento, mas uma informação da Petrobras.