Concessões de rodovias devem ter R$ 55 bilhões
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Estimativa para cinco anos considera contratos já assinados, sem contar com estradas que passarão ao setor privado.
Os recursos aplicados nas rodovias brasileiras concedidas devem dar um salto nos próximos anos. Desde 1995, quando começou o programa de privatizações do setor no País, foram investidos cerca de R$ 43 bilhões. Nos próximos cinco anos, segundo o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Ricardo Pinto Pinheiro, essas estradas absorverão mais aproximadamente R$ 55 bilhões em melhorias.
O dirigente salienta que esse número envolve apenas os contratos já celebrados. “Se não acontecer absolutamente nada daqui para frente, as concessões que foram lançadas na última etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL) levarão para a economia R$ 55 bilhões”, reitera. Pinheiro enfatiza que há muito espaço para crescer nessa área, pois há mais de 200 mil quilômetros rodoviários no Brasil e somente cerca de 20 mil quilômetros são concedidos.
Uma forma de acelerar esse processo, conforme o dirigente, é o desenvolvimento de Parcerias Público-Privadas (PPP). A respeito das dificuldades enfrentadas atualmente no cenário nacional, o presidente da ABCR diz que o debate é importante para a busca de soluções, mas recorda que, para as concessionárias de rodovias, há 20 anos, quando se iniciou o programa de privatizações, o risco Brasil era maior e o marco regulatório do segmento era praticamente inexistente.
Sobre o Rio Grande do Sul, Pinheiro diz que torce para que o governo do Estado lance um novo pacote de concessões de rodovias. O presidente da ABCR considera uma perda de tempo o encerramento desse processo no território gaúcho. O dirigente argumenta que o primeiro fato que se percebe quando termina um contrato de concessão é que, no instante seguinte, faltam recursos para a conservação do trecho. Pinheiro argumenta que é melhor pagar pela manutenção das estradas com os pedágios ao invés de pagar com os impostos, porque assim apenas o usuário do serviço é que arca com o ônus.
Para o governo federal, aponta o secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz, as concessões são fundamentais. O dirigente reforça que a quantidade de rodovias concedidas vem crescendo a cada ano. Se entre 2011 a 2014 foram 5,35 mil quilômetros concedidos, para os próximos dois anos a perspectiva é que sejam leiloados mais 6,5 mil quilômetros.
Questionado se o rebaixamento da classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor’s poderia fazer com que o governo alterasse a taxa interna de retorno (TIR) – no momento em 9,2% – nos próximos leilões de rodovias, Muniz respondeu que o indicador está adequado e se trata apenas de uma referência.
Por Jornal do Comércio – RS